o tempo me dará razão e confio
nos sentidos que me inundam e me empurram,
em sorrisos diluídos no amanhecer contigo,
no calor da pele com pele que se não descose,
em brilho cruzado de olhares que se gostam,
nas mãos que se namoram e descobrem,
em vasos capilares da minha vontade pulsando em frenesim na tua voz,
no manto coado de paz na noite, apertando-se lentamente em redor,
em salivar do corpo esfomeado de ti,
na pulsão,
em urgência,
no dia que escorre esperando, esperando,
em fome que se não sacia, adiando e expectando mais,
nas expectativas concretizadas, desdobrando-se,
multiplicando-se em mais expectativas...

(foto: biclipse de Rui Nabais)